Um dos fatores que merecem destaque, quando pensamos em qualidade de vida no envelhecimento, é a manutenção das habilidades cognitivas, embora domínios de desempenho físico e sociais também estejam diretamente associados a esta temática.
Sabemos que, durante o envelhecimento dito normal, há um declínio progressivo nas funções cognitivas em consequência de sua relação com processos neurológicos que se modificam com a idade.
No entanto, é importante observar se estas mudanças não estão afetando a capacidade funcional da pessoa idosa, o que viria a caracterizar um envelhecimento cognitivo patológico.
Neste sentido, estudos indicam que idosos com comprometimento cognitivo, se comparados à população idosa em geral, caem mais vezes. Hoje os episódios de quedas em idosos são considerados um grave problema de saúde pública, por provocarem, complicações à saúde que podem ou não ser irreversíveis, além da insegurança (medo de cair novamente), é importante intervir nos fatores de risco para a sua ocorrência.
Mas, afinal, qual a relação entre a ocorrência de quedas e o comprometimento cognitivo?
Pesquisadores destacam que é quanto mais velho for o indivíduo, maiores as chances de vir a cair, principalmente ser for do sexo feminino.
Apresentando torções, ferimentos leves, como arranhões, traumatismos cranianos, fraturas, especialmente a do quadril, são algumas das consequências de quedas. Cerca de 30% dos idosos caem ao menos uma vez por ano, destes, metade sofrem dois ou mais episódios de quedas, o ambiente de maior frequência de quedas é o domicílio.
Em um estudo realizado por Danielle Teles da Cruz e colaboradores (2012), intitulado “Associação entre capacidade cognitiva e ocorrência de quedas em idosos”, os autores explicam que as quedas estão ligadas a declínios em domínios específicos da cognição, principalmente funções executivas, atenção e memória.
Como explicam os mesmos pesquisadores, em razão de haver relação entre os processos neurológicos de ordem superior e os sistemas sensorial e motor, um idoso com comprometimento cognitivo possui maior probabilidade de apresentar déficit de mobilidade, lentificação dos movimentos e menor tempo de reação diante de desequilíbrios (fatores intrínsecos).
Consequentemente, ele acaba ficando mais propenso a sofrer quedas – aqui entendidas como o “deslocamento não intencional do corpo para um nível inferior à posição inicial, com incapacidade de correção em tempo hábil”, conforme definição da Organização Mundial da Saúde (OMS, 2021).
Entretanto, podemos colaborar com a diminuição do risco de quedas, ao menos em nossas casas, fazendo pequenas alterações no ambiente (fatores de risco extrínsecos) e na rotina.
A seguir, elencamos algumas dicas para ajudar você nessa tarefa:
- Retire tapetes, fios soltos e objetos espalhados pelo chão; caso tenha pets, fique sempre atento(a) para não tropeçar neles (os gatos, principalmente, adoram “enroscar-se” nas pernas de seus donos, para chamar sua atenção ou demonstrar afeto);
- Prefira calçados antiderrapantes e atente-se ao cadarço (caso tenha);
- Coloque antiderrapantes em escadas e rampas e instale corrimãos em ambos os lados;
- Adeque a altura da mobília: camas e poltronas devem ser mais altas que o padrão, facilitando a subida e a descida; também se recomenda uso de cadeira própria para banho, se necessário;
- Evite colocar coisas em cima da mobília e de prateleiras altas, para que não seja necessário subir em bancos ou escadas móveis ou ficar na ponta dos pés: deixe tudo em altura acessível;
- Cuide para que sua casa seja sempre bem iluminada: deixe um abajur próximo ao leito, por exemplo, e ligue todas as luzes necessárias durante o trajeto de ida e volta ao banheiro durante a noite; e
- Utilize uma tabela para controlar o uso de medicamentos, evitando repetir a medicação ou ficar sem tomá-la.
Além disso, a estimulação cognitiva entra aqui como uma importante aliada. Junte-se a nós!
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Manuela Lina da Silva
Gerontóloga pela Universidade de São Paulo (USP), com realização de intercâmbio de Graduação pelo Programa de Mobilidade Acadêmica em Gerontologia da Escola Superior de Saúde (ESSa) do Instituto Politécnico de Bragança (IPB) – Portugal. Exerceu estágio-voluntário na Santa Casa de Misericórdia de Bragança – Portugal e foi bolsista no Projeto Bairro Amigo do Idoso – Brás/Mooca (SP). É membro-auxiliar de pesquisa do Grupo Assistencial Multidisciplinar do Idoso Ambulatorial (GAMIA) do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (HCFMUSP).
Profa. Dra. Thais Bento Lima-Silva
Docente do curso de Graduação em Gerontologia da Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo (EACH-USP), Coordenadora do curso de pós-graduação em Gerontologia da Faculdade Paulista de Serviço Social (FAPSS), pesquisadora do Grupo de Neurologia Cognitiva e do Comportamento da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e diretora científica da Associação Brasileira de Gerontologia (ABG). Membro da diretoria da Associação Brasileira de Alzheimer- Regional São Paulo. É assessora científica e consultora do Método Supera.
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Publicado em:28/06/2021 Fonte: Assessoria de Imprensa SUPERA-Por Vmcom