O envelhecimento, a saúde e a sua qualidade de vida

O termo “qualidade” tem uma natureza abstrata, pois ter uma boa qualidade naquilo que avaliamos, apresenta diferentes significados, para cada pessoa, em diferentes lugares e diferentes ocasiões.

É por isso que há várias definições quando falamos por exemplo, sobre qualidade de vida; talvez cada indivíduo tenha o seu próprio conceito.

Deste modo, qualidade de vida é um tema que ficará atrelado aos diferentes pontos de vista, cultura, país, e a cada momento histórico.

No entanto, sabemos por meio da ciência que a longevidade, ou seja, atingir uma maior expectativa de vida, será alcançada por meio deste aspecto, a qualidade de vida e é sobre isso que iremos refletir um pouco mais.

Saúde integral na terceira idade

Segundo o Prof. Sérgio Paschoal, pesquisador da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo, um grande estudioso do tema qualidade de vida no envelhecimento, o processo de envelhecimento é um fenômeno que todos nós devemos aprender a controlar, para que o resultado seja o melhor possível.

Contudo, provavelmente, você já deve ter ouvido uma expressão no seu dia a dia, em que alguma pessoa mencionou.

As doenças que aparecem…

“O ruim de envelhecer é que todas aparecem várias doenças”.

Este é na verdade um conceito errôneo sobre o processo de envelhecimento, afinal iremos envelhecer bem, se nossos hábitos de vida foram saudáveis durante a nossa trajetória de vida, da mesma forma que se tivemos um curso de vida, marcado por hábitos de vida ruins, quando estivermos mais velhos, alguns problemas de saúde irão aparecer, como resultados destas ações.

A importância de políticas públicas

Sabemos que muitos hábitos, também estão vinculados, ao acesso às políticas públicas, a poder frequentar serviços e ter um acompanhamento sobre a saúde.

Apesar disso, quando falamos de políticas públicas de promoção da qualidade de vida, no processo de envelhecimento, sabemos que o Brasil, ainda apresenta lacunas.

Por este motivo, idosos brasileiros e de países em desenvolvimento são aqueles com 60 anos ou mais, e não com 65 anos ou mais, como em países desenvolvidos.

E o que significa classificar os idosos de modo diferente em cada região do mundo, como sendo uma pessoa idosa? As condições do país em fornecer condições para que o indivíduo envelheça com uma boa qualidade de vida está diretamente associada, com o acesso aos seus direitos.

De todo modo, nos países em desenvolvimento, como o Brasil, não temos ainda políticas públicas sociais suficientes, para mudar a classificação do segmento idoso, uma vez que adotar a faixa etária 60+, possibilita o acesso a direitos, que não estariam disponíveis se a classificação fosse mais tardia.

A seguir descrevemos algumas orientações, do relatório de envelhecimento saudável da Organização Mundial de Saúde (2015), para a promoção da qualidade de vida:

  • Ter uma vida socialmente ativa, evitando o isolamento e a falta de comunicação com outras pessoas;
  • Realizar exercícios que promovam a saúde do cérebro, por meio de exercícios de ginástica para o cérebro;
  • Prevenir ou controlar as doenças crônicas, chamadas de não transmissíveis, que são o diabetes, a hipertensão arterial e o colesterol elevado;
  • Diminuir os fatores de risco do ambiente, para os eventos de quedas;
  • Evitar o tabagismo e o alcoolismo;
  • Buscar realizar atividades culturais, intelectuais que possam preencher a rotina, evitando assim que tenhamos uma rotina ociosa;
  • Manter as vacinações em dia;
  • Ter uma alimentação saudável, rica em nutrientes e vitaminas;
  • Realizar atividades físicas regularmente e com acompanhamento profissional;
  • Prevenir e acompanhar aspectos relacionados à visão e à audição.
  • Ter uma boa qualidade do sono.

Neste sentido, devemos refletir, quais caminhos escolher, para que ao final da existência, ao avaliar a nossa vida, estejamos plenamente satisfeitos, nos sentindo íntegros e realizados, com a sensação de que ainda temos um lugar no mundo, onde possamos estar integrados com a sociedade.

É um grande desafio e não é apenas um desafio pessoal.

A responsabilidade por se alcançar uma boa qualidade de vida, também está associada ao acesso às políticas públicas sociais e de saúde existentes em cada nação, para garantir fatores que possibilitem uma boa qualidade de vida para os seus cidadãos.

Contudo, ao termos condições de ter uma boa qualidade de vida, estaremos com a possibilidade de envelhecer mais, e melhor, e acima de tudo com a saúde preservada.

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Profa. Dra. Thais Bento Lima da Silva– Docente do Curso de Graduação em Gerontologia da Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo (EACH-USP). Pesquisadora do Grupo de Neurologia Cognitiva e do Comportamento da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (GNCC-FMUSP). Coordenadora do Curso de Pós-graduação em Gerontologia da Faculdade Paulista de Serviço Social (FAPSS). Membro da diretoria da Associação Brasileira de Alzheimer- Regional São Paulo e da Associação Brasileira de Gerontologia (ABG).

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