O filme The Father é um dos filmes que busca retratar o processo de envelhecimento com a presença de um quadro demencial em andamento. Outros filmes muito importantes, como “Para Sempre Alice”, “Diário de uma Paixão”, “Viver Duas Vezes”, “A Senhora da Van”, por exemplo, também abordaram como tema os processos demenciais, a Doença de Alzheimer a história de vida do paciente que tem o diagnóstico da demência e a relação com os seus familiares.
No entanto, “The Father” é um filme diferenciado, pois é um dos únicos a fazer com que o telespectador se sinta dentro do filme, vivenciando o dia a dia pelo olhar do personagem Anthony.
Mas quem é Anthony Hopkins, neste enredo? Anthony é um homem de 81 anos de idade que vive sozinho.
Ele se encontra em fase de um processo demencial, mas dispensa todas as cuidadoras, que são contratadas por sua filha, para lhe auxiliar nos cuidados diários, sob a alegação de que está sendo roubado e que não precisa de ajuda para conduzir sua vida, mas essa brilhante abordagem, rendeu ao protagonista do filme, o Oscar de melhor ator em cerimônia realizada em 25 de abril de 2021.
Este contexto, muito bem retratado pelo Diretor Florian Zeller, não foge à realidade de diversas famílias que presenciam as mesmas situações. De acordo com dados da Associação Internacional de Doença de Alzheimer (ADI, 2020) hoje, uma pessoa a cada três segundos recebe diagnóstico de demência.
Essa condição clínica atinge atualmente mais de 50 milhões de pessoas no mundo inteiro, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS, 2020).
No Brasil, dos 29 milhões de idosos presentes na população, 2 milhões apresentam esse diagnóstico, sendo o diagnóstico de doença de Alzheimer o tipo de demência mais frequente (SBGG, 2019).
E entramos na questão: como lidar com essas situações desafiadoras?
Considerando que a demência afeta não somente a pessoa que a desenvolve, mas também todo o ambiente no qual esta pessoa está inserida e os seus familiares, é importante olharmos para o todo, de modo global a fim de melhorarmos a qualidade de vida de todos os envolvidos neste processo.
E não são poucos os desafios…
Para quem tem a doença é importante não só o acompanhamento contínuo com um profissional de saúde especializado (para tratamento medicamentoso), mas também a realização de abordagens não farmacológicas com profissionais que apresentam formação em terapias específicas para auxiliar na melhoria da qualidade de vida e na possibilidade de estabilização da doença, mantendo o paciente, por mais tempo em determinado estágio, como a estimulação cognitiva, a atividade física e a fisioterapia.
Principalmente nos estágios iniciais da doença, é o momento em que o idoso mais se beneficiará dos estímulos recebidos. E os métodos do Supera podem auxiliar nesse sentido.
Sob a perspectiva do cuidador, outras questões devem ser observadas e tratadas. Para evitarmos situações desgastantes, que podem impactar tanto na saúde de quem é cuidado como na de quem cuida, é importante que o cuidador esteja munido de estratégias que o auxiliem nesse processo.
Estas vão desde informações educativas para melhor compreensão do quadro demencial e da sua evolução dos sintomas de acordo com cada fase da doença, ao autocuidado para minimizar a sobrecarga emocional e física presentes nas tarefas do cuidado, assim como também, às estratégias de suporte emocional e psicológico.
Você não está sozinho
É importante salientar estes pontos uma vez que são muitas as adversidades enfrentadas por essas pessoas, sejam elas cuidadoras formais ou informais. Busque auxílio em grupos de apoio de Organizações sem fins lucrativos, como a Associação Brasileira de Alzheimer, que oferece grupos de apoio gratuitos em todos os estados do Brasil.
Existem ainda alternativas para os tempos de isolamento e as redes sociais são grandes aliadas. É possível encontrar grupos de apoio, palestras, artigos, vídeos (Ex: canais do YouTube onde cuidadores compartilham suas experiências), entre outros, que proporcionam momentos de partilha oferecendo apoio para os momentos difíceis.
Quanto mais informado, melhor será a forma de lidar com o processo da doença, enquanto cuidador familiar, ou cuidador formal, e melhor serão as estratégias a serem implementadas para auxiliar o seu ente querido que apresenta o diagnóstico da Doença de Alzheimer.
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Profa. Ms. Jessyka Maria de França Bram
Gerontóloga formada pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar- SP). Mestra em Ciências pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Doutoranda em Ciências pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo; Especialista em Reabilitação Cognitiva pela USP; Fundadora e CEO da Gerontologia Sem Fronteiras. Co-fundadora do projeto social Memory Café Brasil.
Profa. Dra. Thais Bento Lima da Silva
Docente do curso de Graduação em Gerontologia da Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo (EACH-USP), Coordenadora do curso de pós-graduação em Gerontologia da Faculdade Paulista de Serviço Social (FAPSS), pesquisadora do Grupo de Neurologia Cognitiva e do Comportamento da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, Diretora Científica da Associação Brasileira de Gerontologia (ABG) e colunista e assessora Científica de Pesquisa do Instituto SUPERA de Educação LTDA e membro da diretoria da Associação Brasileira de Alzheimer (Regional São Paulo).
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Publicado em 26.04.2021-Método Supera -Assessoria de imprensa-