Janeiro Branco e a rotina para os idosos

A rotina para os idosos está diretamente ligada a Saúde Mental. Você conhecem o significado do mês Janeiro Branco?

O primeiro mês do ano é voltado para a campanha Janeiro Branco, que coloca em pauta a importância de cuidar da saúde mental. É importante lembrar que o processo de envelhecimento por si só não está relacionado a nenhuma doença. Todavia, é na terceira idade, que o tempo livre aumenta e é preciso manter a cabeça ativa e aberta para o novo, para amenizar os aspectos negativos que podem ocorrer no processo de envelhecimento, tanto saudável, como patológico.

            Em termos globais, a ONU considera o período atual como a Era do Envelhecimento, quando a sociedade deverá estar preparada com estratégias educacionais, políticas e sociais para a promoção da saúde da população dos atuais idosos e daqueles que o serão no futuro.

Com isso, é importante enfatizar a qualidade de vida, abrangendo dois pilares: a manutenção da funcionalidade física e cognitiva, e o engajamento social numa vida ativa. A partir de uma visão positiva, o envelhecimento torna-se, então, um conceito dinâmico determinado pela trajetória de vida do indivíduo, onde cada um pode interferir no seu próprio processo, dependendo de suas escolhas e dos acessos aos cuidados à saúde.

A importância de uma rotina diária para os idosos

            Preencher a rotina de uma pessoa idosa – de acordo com suas preferências, necessidades e prioridades – pode ajudar a promover a qualidade de vida, bem-estar e superar melhor as adversidades, como novas adaptações mais severas da idade, que podem ser mais difíceis de encarar, como a recorrência de problemas de saúde, perda de memória, limitações físicas e outros problemas comuns.

            Ter uma rotina não significa seguir o mesmo padrão todos os dias, pelo contrário, variar nas atividades diárias ajuda e estimula o cérebro da pessoa motivando-a a realizar novas tarefas que possam ser desafiadoras, beneficiando o corpo e a mente.

            Algumas das atividades que podem ser realizadas para organizar e melhorar a qualidade de vida da pessoa idosa:

  • ouvir música;
  • praticar atividades físicas;
  • ler livros ou escutar alguém ler;
  • realizar cursos de suas preferências (idiomas, artesanato, aulas de teatro etc);
  • ajudar a cozinhar um alimento;
  • ter uma alimentação equilibrada;
  • pintar e desenhar;
  • ter bons hábitos de sono e higiene;
  • jogar jogos estimulantes.

            Em suma, ter uma rotina para os idosos tem que sempre estar voltada para trazer satisfação e sensação de bem estar além de organizar as prioridades exercidas na vida, pode ser um dos fatores protetores para o desenvolvimento de distúrbios cognitivos, quadros demenciais, comorbidades e transtornos de humor.

Assinam este artigo

Cássia Elisa Rossetto Verga

Estudante de Graduação do curso de bacharelado em Gerontologia pela Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo. Atualmente faz estágio na área de pesquisa em treino cognitivo de longa duração pelo Instituto SUPERA – Ginástica para o Cérebro. Tem interesse na área de treino e estimulação cognitiva para idosos, com enfoque em neurologia cognitiva. É membro da Associação Brasileira de Gerontologia (ABG). Já foi bolsista PUB da Universidade Aberta à Terceira Idade da EACH-USP, atual USP 60 + nas oficinas de música e letramento digital. Participou como assessora de Projetos e Recursos Humanos na Empresa Geronto Júnior entre os anos de 2019 a 2020.

Profa. Dra. Thais Bento Lima-Silva

Gerontóloga formada pela Universidade de São Paulo (USP). Docente do curso de Graduação em Gerontologia da Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo (EACH-USP), Coordenadora do curso de pós-graduação em Gerontologia da Faculdade Paulista de Serviço Social (FAPSS), pesquisadora do Grupo de Neurologia Cognitiva e do Comportamento da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e diretora científica da Associação Brasileira de Gerontologia (ABG). Membro da diretoria da Associação Brasileira de Alzheimer- Regional São Paulo. É assessora científica e consultora do Método Supera.