O envelhecimento é constituído por aspectos socioculturais, dentre eles, as condições financeiras, o acesso a lazer, a saúde e a educação, e esses aspectos variam de cidade para cidade, de estado para estado e região para região.
Nesse sentido, a velhice pode ser exaltada por sua pluralidade de experiências individuais, já que o idoso deve ter adquirido muitos conhecimentos durante sua vida, e essa vivência o denota como detentor de grande sabedoria, como destaca Simone de Beauvoir em seu livro A velhice, de 1970. Na população brasileira o envelhecimento é um processo predominantemente associado a aspectos negativos, principalmente nas mulheres, pois há uma busca constante pela preservação da juventude.
- “Você está muito velha para vestir isso”
- “Tadinho, ele está velhinho”
- “Na minha época…”
Frases com estas, refletem a realidade que vivemos em países de baixa e média renda, de como se vê e se compreende a velhice e a pessoa idosa.
Porém, para entendermos um pouco mais a realidade de quebrarmos paradigmas, precisamos entender o significado dos termos, como mito: por vezes, utilizado de forma pejorativa para se referir às crenças comuns, consideradas sem fundamento objetivo ou científico.
Porém, acontecimentos históricos podem se transformar em mitos, se tiver uma simbologia muito importante para uma determinada cultura.
Esse é apenas o nosso primeiro parágrafo, vamos em frente que tem mais informação !
Esteriótipos do envelhecimento
Os estereótipos, por sua vez, são opiniões e ideias generalizadas, utilizadas pelas pessoas para pré-definir alguém ou algo quanto ao seu comportamento, gênero, aparência, religião, cultura, condição social e neste sentido, estes conceitos, dialogam com o conceito de idadismo ou etarismo, é um tipo de discriminação contra pessoas ou grupos baseado na idade.
É muito comum para as pessoas idosas.
O preconceito sobre o envelhecimento está relacionado e persiste com o mito de que ele é acompanhado por declínios físicos e cognitivos principalmente.
Entretanto, com todos os estereótipos vinculados à pessoa idosa ela passa a ter baixa autoestima, sentimentos de desamparo, não pertencente à sociedade levando ao isolamento.
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Contribuindo para casos de depressão, além da piora das condições de saúde de forma geral.
Estudos têm evidenciado que tais estereótipos negativos são preditores de saúde ruim, pois influenciam diretamente na adoção de certos comportamentos e hábitos de vida que podem prejudicar a saúde física e mental de idosos que internalizam tais concepções.
Levando a comportamentos de se alimentar inadequadamente, beber ou fumar em excesso, favorecendo o surgimento de doenças.
Envelhecer passa também a ser vivido de forma indesejável por estar vinculado à ideia de finitude.
A resposta para controlar a pandemia de COVID-19 revelou o quão generalizada é a discriminação por idade, pessoas idosas foram estereotipadas no discurso público e nas redes sociais.
No início da pandemia a idade foi utilizada como o único critério para acesso a cuidados médicos, terapias que salvam vidas e para isolamento social.
Levando esse grupo a uma culpabilização, em que hipóteses estereotipadas foram levantadas, como a sobrecarga no sistema de saúde estava ocorrendo por causa dos usuários idosos e em algumas situações, discutiam se havia a necessidade de utilizar recursos médicos no tratamento do público de 80 anos e mais.
Para combater o preconceito etário, a Organização Mundial da Saúde (OMS) lançou em 2021, um relatório global de combate ao idadismo, objetivando combater estereótipos e aumentar a discussão sobre os temas velhices e envelhecimento.
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O relatório destaca que todas as nações devem implementar políticas públicas para o envelhecimento e projetos de leis que possam educar indivíduos das diferentes faixas etárias, combatendo o preconceito etário, promovendo a sensibilização e a empatia; e que possam incentivar a realização de atividades entre as gerações.
Todavia, a meta é uma cooperação global para mudar perspectivas, paradigmas e romper com os mitos e estereótipos em relação ao envelhecimento tão enraizados em nossa sociedade, em que ser velho, é um fardo.
Com isso, espera-se obter mais progressos na Década da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre o envelhecimento saudável.
Outra forma para combater o preconceito contra os idosos, é por meio dos artigos previstos no Estatuto do Idoso, definido pela Lei Federal, nº 10.741, de 1º de outubro de 2003, que prevê uma série de direitos de proteção à pessoa idosa.
Contudo, desconstruir preconceitos e visões estereotipadas e estigmatizadas do envelhecimento e do idoso é um processo desafiador e necessário na sociedade brasileira.
Destaca-se que uma sociedade digna para a pessoa idosa, é uma sociedade boa para todas as idades.O SUPERA acredita em um mundo sem esteriótipos do envelhecimento. Agende agora sua aula gratuita em uma das mais de 300 unidades do SUPERA no Brasil.
Assinam o artigo:
Caroline Gisele de Oliveira
Estudante de Graduação do Curso de bacharelado em Gerontologia da Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo (EACH-USP), integrante do grupo de pesquisa de Indicadores de vacinação em idosos 80+ com comorbidades (PIVIC80+), representante discente da turma de 2021 do curso de Gerontologia.
Kalita Taynara Dirchsen
Estudante de Graduação do curso de bacharelado em Gerontologia pela Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo, Estagiária da USP60+, atuou através do Programa Unificado de Bolsas (PUB) no projeto LabEduca60+ e Integrante do Programa Pesquisa indicadores de vacinação em idosos com comorbidade 80+ (PIVIC80+).
Profa. Dra. Thais Bento Lima-Silva
Gerontóloga formada pela Universidade de São Paulo-USP. Docente do curso de Graduação em Gerontologia da Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo (EACH-USP), Coordenadora do curso de pós-graduação em Gerontologia da Faculdade Paulista de Serviço Social (FAPSS), pesquisadora do Grupo de Neurologia Cognitiva e do Comportamento da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e diretora científica da Associação Brasileira de Gerontologia (ABG). Membro da diretoria da Associação Brasileira de Alzheimer- Regional São Paulo. Diretora científica da Associação Brasileira de Gerontologia (ABG). É assessora científica e consultora do Método Supera.
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