O suporte social tem sido considerado por alguns estudiosos como um recurso capaz de nos proteger contra o estresse e às situações adversas do cotidiano.
A intimidade dos nossos relacionamentos e a satisfação com o suporte social que recebemos são características de grande importância para a nossa saúde mental, enquanto pessoas.
É preciso também nos atentarmos ao que compõe esta rede de apoio, de acordo com Souza em um estudo publicado em 2019, o suporte social e a rede de relações sociais caracterizam-se por:
- Dar e receber apoio emocional, ajuda material, serviços e informações quando necessário;
- Manter e afirmar a sua identidade social;
- Estabelecer novos contatos sociais;
- Possibilitar às pessoas crer que são cuidadas, amadas e valorizadas;
- Dar-lhes a garantia que pertencem a uma rede de relações comuns e mútuas.
Pesquisa
Neste sentido, em uma pesquisa realizada liderada pela pesquisadora Francisca Wichmann, no ano de 2013, foram entrevistados 262 idosos brasileiros e 262 idosos espanhóis que frequentavam grupos de convivência.
Tanto os idosos brasileiros quanto os espanhóis relataram que nos grupos de convivência podiam compartilhar angústias, tristezas, amores, alegrias, afetos, saberes, além de ter sentimentos como o medo, insegurança e depressão reduzidos após estarem realizando atividades em grupo, principalmente diante das perdas relacionadas com o envelhecimento.
Quando questionados com relação aos motivos que os fazem procurar grupos de convivência, os participantes relataram que buscam melhores condições de saúde física e mental, maior convívio social e ampliação de conhecimento.
Considerando que relacionamentos sociais são importantes fontes de suporte social e apresentam forte relação com o bem-estar, e com a saúde em idosos, por exemplo, muitas atividades têm sido desenvolvidas com o objetivo de mantê-los ativos e engajados socialmente.
Algumas destas intervenções buscam também ensinar habilidades e estratégias necessárias para que idosos façam e mantenham bons relacionamentos. Neste sentido vem a importância de realizar atividades educativas e de promoção de saúde, como as atividades de estimulação cognitiva e as atividades culturais.
Sabemos que em situações, como está de pandemia, em que o distanciamento social é necessário.
É importante inserir atividades que possam servir como estratégias contra o isolamento e os problemas de saúde mental, para assim ter uma boa qualidade de vida, como:
1) Comunicar-se:
Uma série de estudos associam o bem-estar e a saúde com a rede de contatos e suporte social. Então se você é uma pessoa idosa ou um familiar de um idoso, invista em ligar para os seus contatos e amigos. Procure se aproximar dos que lhe trazem bem estar e relembre momentos alegres que passaram juntos;
2) Interagir na internet:
Hoje as tecnologias da informação auxiliam a interação social sem sair de casa, e embora saibamos que nem todos os idosos sabem usar a internet, aproveite a quarentena para aprender a usar o WhatsApp, mídias sociais (como o Facebook e o Instagram) e experimente conhecer aplicativos de jogos, de viagens, de compras, ou de informações educativas, utilizados por seus netos ou por pessoas de gerações mais jovens.
3) Realizar atividades intelectuais e de estimulação cognitiva
A dica é realize atividades que estimulem as suas habilidades mentais como: olhar o calendário todos os dias marcando um X na data em que estamos, faça jogos como caça palavras, realize leituras grifando as ideias principais do texto e fazendo perguntas nos capítulos lidos, para que você possa respondê-las depois. Realize jogos de tabuleiro como dama, xadrez, estes jogos estimulam o raciocínio e o planejamento.
4) Tentar preparar novas receitas:
Experimente fazer um prato novo ou diferente. Muitas pessoas que vivem sozinhas ou cozinham para si mesmas não possuem motivação para comer. Mas sabemos que se alimentar bem é uma das chaves para o envelhecimento saudável e para se proteger de doenças.
5) Ouça músicas:
Relembre as músicas que lhe trazem boas memórias.
As percepções de saúde e de bem-estar estão fortemente influenciadas pela qualidade das relações interpessoais vivenciadas assim como ao preenchimento de rotina, o estado de saúde afeta significativamente a forma como cada um de nós conduz as nossas relações. Por isso permaneça ativo e interagindo socialmente, para envelhecer com saúde.
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Profa. Dra. Thais Bento Lima da Silva. Docente do Curso de Graduação em Gerontologia da Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo (EACH-USP). Pesquisadora do Grupo de Neurologia Cognitiva e do Comportamento da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (GNCC-FMUSP). Coordenadora do Curso de Pós-graduação em Gerontologia da Faculdade Paulista de Serviço Social (FAPSS). Membro da diretoria da Associação Brasileira de Alzheimer- Regional São Paulo e Diretora científica da Associação Brasileira de Gerontologia (ABG).