Dano cerebral depois da Covid-19 causa envelhecimento do cérebro

Com a amenização da pandemia, o dano cerebral depois do Covid-19 vem sendo o principal foco de cientistas de todo o mundo que investigam o assunto.

O coronavírus impactou a vida de milhares de pessoas em todo o planeta e, mesmo após a descoberta da vacinação, muitos pacientes apresentam, além de sequelas físicas, sintomas que afetam o sistema nervoso central.

Cientistas em diferentes regiões do mundo têm observado anomalias neurológicas em pacientes acometidos pela covid, alguns estudos, inclusive, indicam que o dano cognitivo pós-covid é similar a 20 anos de envelhecimento.

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Como é o dano cerebral depois da Covid-19?

Ao longo dos últimos dois anos os hospitais foram palco de situações atípicas.

O alto volume de pacientes com o vírus em um curto espaço de tempo tornou a ação dos profissionais além de fundamentais, desafiadoras.

E mesmo com os progressos recentes e os desenvolvimentos de vacinas que respondem ao vírus, há sequelas irreparáveis, tanto físicas quanto cognitivas.

Muitas pessoas têm relatado alguns sintomas neurológicos recorrentes, como perda de memória, depressão, estresse, ansiedade e uma sensação de névoa cerebral (uma espécie de conglomerado que agrupa  dificuldade de concentração, confusão mental e fadiga cerebral, dentre outros).

Mas neste ano, pesquisadores da Universidade de Cambridge e do Imperial College de Londres publicaram um estudo na eClinical Medicine que sugere que a perda cognitiva que ocorre em pacientes após terem alta do hospital por covid é semelhante a um envelhecimento de 20 anos, ou 10 pontos de QI.

Para a análise, os pesquisadores analisaram pacientes que apresentaram sintomas graves da doença entre 6 e 10 meses após receberem alta do hospital em função da covid, e mais 460 indivíduos que não precisaram ser hospitalizados, mas possuíam as mesmas características quanto ao gênero, idade, etc.

No estudo, realizaram uma avaliação cognitiva computadorizada e altamente detalhada com escalas a fim de medir ansiedade, depressão e transtorno de estresse pós-traumático.

Durante a pesquisa foi observado que, em comparação aos 460 indivíduos, o grupo hospitalizado por COVID obtiveram pontuações mais baixas nos testes de QI e um tempo de resposta mais lento nos testes cognitivos.

Além disso, ainda sobre sobre o dano cerebral depois da Covid-19,manifestam um déficit maior com relação às capacidades de cognição que envolvem atenção, memória, raciocínio e planejamento.

Sintomas

Dentre os sintomas mais evidentes expressados durante o estudo está a velocidade de resposta dos participantes, esquecimento recorrente de palavras e frases e menor noção de espaço temporal. Um fato alarmante também observado foi que nos pacientes mais graves, os danos cognitivos são muito semelhantes aos danos causados a pacientes que sofreram de doenças degenerativas.

Os estudiosos também observaram que casos leves da doença também podem manifestar algumas disfunções, mas a incidência é maior em casos graves do vírus.

Segundo eles, as sequelas cognitivas em pacientes que tiveram covid podem ser explicadas pela infecção do vírus nos neurônios, pela oxigenação ou ainda pelo aporte de sangue que é insuficiente ao cérebro durante a fase mais crítica da doença. Entretanto, são necessários mais estudos para confirmar essas hipóteses.

Diversas outras pesquisas vêm observando evidências crescentes de que o COVID-19 pode causar problemas de ordem mental e também cognitiva quando não permanentes, ao menos duradouras.

No Reino Unido 13,7% da população infectada, em torno de 20 mil pessoas, relataram dificuldades em relação à sua cognição apenas 12 semanas após um teste positivo para COVID-19.

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Publicado em 09/06/2022-Por Assessoria de Imprensa